No começo de 2020, sequer imaginávamos que existiriam hospitais de campanha no Rio de Janeiro para tratar a COVID-19.
Um vírus que ainda é misterioso, forçou estados e prefeituras a pensar em abordagens inusitadas para o tratamento da grande demanda de pacientes que surgiriam vítimas da COVID-19. Assim foram construídos os chamados Hospitais de Campanha.
O Hospital de Campanha do Maracanã completou dois meses de existência, com dezenas de histórias para contar. A estrutura conta atualmente com cerca de 270 especialistas entre enfermeiros, médicos e técnicos de enfermagem que lutam todos os dias para salvar o maior número de vidas.
A unidade construída em apenas 38 dias conta com 200 vagas, sendo 120 para enfermaria e 80 para UTI. Nela, existem pacientes das redes municipal, estadual e federal, transferidos por meio da Central Estadual de Regulação.
É devido a essa estrutura e todos os profissionais que nela atendem, que o sistema público de saúde pôde respirar, uma vez que já estava perto do colapso.
Lutamos com as armas que temos
Era impossível prever a pandemia de coronavírus, com todos os medicamentos e estrutura que seriam necessários. Por isso, atualmente o maior desafio é a falta de insumos. Por isso, muitos profissionais usam a criatividade para desenvolver tratamentos com os recursos disponíveis e desta forma, manter pacientes estáveis e firmes para lutar pela vida.
A rotina de quem está no Hospital de Campanha do Maracanã é de extremos. Em um momento, celebra-se a alta de alguém e apenas algumas horas depois, o médico precisa informar a triste notícia que um ente querido não conseguiu vencer esta batalha.
“Um médico sempre sente o peso na hora de avisar ao familiar sobre o falecimento do paciente. Não é legal para ninguém, ainda mais quando ele não tem acesso ao parente. Dentro dos hospitais de campanha trabalhamos com especialistas para todas as áreas. O alívio é quando podemos aplaudir a recuperação de um paciente.”, diz o médico cirurgião-geral Anthony Augusto Carmona.
Seria o início da vitória contra a COVID-19?
À medida que o número de casos e ocupação em leitos de UTI diminuem, o estado do Rio de Janeiro começa a afrouxar as medidas de restrição. Apesar de o número de ocupação de leitos de UTI para o coronavírus estar em 36% e leitos de enfermaria em 51%, ainda existe a preocupação de uma possível nova onda de contágio.
Para evitar que o número de casos e mortes aumente de maneira descontrolada, é preciso lembrar todas as medidas de segurança no “novo normal”. É preciso entender que o vírus ainda está em nosso ambiente e não temos uma vacina. Por isso, vale sempre lembrar:
Lave bem as mãos, higienize tudo que vem da rua, não faça visitas sociais e evite ao máximo qualquer tipo de aglomeração. Esta luta é de todos nós.