Setembro Amarelo: taxas de suicídio alarmantes no Brasil mostram a importância de falarmos sobre saúde mental
Este mês de conscientização aborda principalmente a prevenção ao suicídio. Falar sobre saúde mental e a importância de buscar ajuda é um tópico relativamente novo, principalmente no Brasil. Segundo dados da OMS, a taxa de suicídios no Brasil aumentou em 7%, na contramão do índice mundial que teve redução de 9,8%.
O fato é que existe uma certa dificuldade em aceitar que a terapia é importante para a manutenção da nossa saúde, assim como fazemos exames periódicos e consultamos outras especialidades.
O acúmulo de problemas, traumas de infância e a falta de apoio para lidar com situações desafiantes do dia a dia leva muitas pessoas a desenvolver doenças mentais como ansiedade e depressão. Falando em ansiedade, o Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas do mundo, com cerca de 9,3% de toda a nossa população. É preciso estar atento pois a falta de tratamento leva à piora do quadro, que pode ter consequências fatais.
Durante o Setembro Amarelo, o Governo Federal, os Governos Estaduais, as Prefeituras e até mesmo empresas privadas investem em ações que tragam um novo olhar para as doenças mentais. O objetivo é que com o tempo, elas sejam desestigmatizadas e tratadas como qualquer outro problema de saúde.
Neste período, o 188, central de emergência para atendimento apoio emocional e prevenção ao suicídio do CVV (Centro de Valorização da Vida), ganha um grande destaque. Isso porque muitas pessoas que possuem doenças como ansiedade e depressão não se sentem à vontade para conversar com pessoas próximas e optam por este canal para procurar ajuda. O número funciona 24h por dia, 7 dias por semana, de maneira gratuita e caso queira, anônima.
Saúde mental em tempos de pandemia
O ser humano foi feito para viver em sociedade. Abandonar de uma hora para outra todo o convívio social que estamos acostumados a ter, é desafiador. De repente, não podemos mais frequentar academias, parques, restaurantes e áreas de lazer. O contato é extremamente restrito e não existem mais festas de aniversário, casamento ou aquele happy hour com os amigos. Precisamos esconder os rostos atrás de máscaras e até mesmo uma simples ida ao mercado é acompanhada por um verdadeiro ritual de higiene.
Muitas pessoas perderam o emprego, para ser mais preciso, mais de 3 milhões brasileiros. Então além do isolamento, estas pessoas passam a viver a incerteza de como sustentar a casa e prover o básico. Neste ano, o Setembro Amarelo se faz ainda mais necessário para divulgar a importância de ter o acompanhamento da nossa saúde mental por profissionais, para tentar diminuir os reflexos da pandemia.
Como surgiram as campanhas de conscientização como o Setembro Amarelo?
As campanhas de conscientização como o Setembro Amarelo, Outubro Rosa e Novembro Azul surgiram da importância de dar voz a uma mensagem em grande escala para a população à respeito de uma determinada causa. Os aspectos técnicos como cores utilizadas e datas escolhidas são definidas por equipes médicas que debatem o mais adequado e chegam em comum acordo.
A chave de um mês de conscientização bem sucedido está na ampla divulgação. Quanto mais empresas e instituições públicas e privadas se envolverem, maior será a chance de atingir o público desejado, prevenindo uma série de doenças ou problemas que poderiam surgir.