As variantes do coronavírus são mais mortais? Nossas vacinas são eficientes? O que eu preciso saber?
Em tempos de pandemia, a informação segura nunca foi tão preciosa. Assim como outros vírus, o coronavírus também está sujeito a mutações que podem tornar a doença ainda mais perigosa. Por isso é preciso ficar de olho nas diferentes variantes do coronavírus (também conhecidas como cepas ou linhagens) para que você não se torne uma vítima. Mas primeiro, entenda exatamente o que é uma variante.
Quais são as características de uma variante?
Elas ocorrem quando, ao se multiplicar, alguma parte do RNA do vírus comete um “erro”, se tornando diferente do vírus original. Nem todo processo de mutação é perigoso, mesmo que seja uma nova variante. Porém, cientistas estudam seus sintomas e consequências, acompanhando o novo vírus de perto para classificá-los dentro de dois grupos: as variantes de interesse e as variantes de preocupação.
Variante de interesse x variante de preocupação
Quando variantes do coronavírus, ou de outros vírus apresentam alterações significativas, elas são estudadas de forma mais profunda para compreender até onde afeta a população, alertando para uma possível necessidade de mudança de comportamento e cuidados para evitar a infecção pelo vírus.
Caso seja comprovadamente mais letal ou possua um maior índice de contaminação, é considerada uma variante de preocupação. Este é o caso da variante Delta e de todas as outras já divulgadas.
Caso as alterações encontradas não afetem os cuidados paliativos nem diminuam a eficácia de medicamentos e imunizantes, é considerada uma variante de interesse. Essas possuem um RNA diferente mas não necessariamente representam maior perigo para a população. Mesmo assim, será catalogada em um grande banco mundial alimentado por centenas de cientistas e pesquisadores(as) e acompanhada para garantir que realmente não é uma ameaça.
Quais são as variantes do coronavírus de preocupação?
Atualmente temos quatro cepas que preocupam os cientistas, sendo elas: Alfa, Beta, Gama e Delta.
Variante Alfa: Foi detectada no Reino Unido em setembro de 2020 e sua principal característica é ser mais transmissível. Ela está presente em cerca de 100 países, sendo nos Estados Unidos onde predomina.
Variante Beta: Descoberta em dezembro de 2020 na África do Sul, essa linhagem está presente em quase 70 países e é considerada mais transmissível do que o vírus original.
Variante Gama: Detectada em dezembro de 2020 em turistas que retornaram do Brasil, essa variante é considerada, provavelmente, mais agressiva e mais transmissível. Já é encontrada em 37 países.
Estas três primeiras variantes possuem os mesmos sintomas, sendo dor de garganta, diarreia, conjuntivite, dor de cabeça, perda de olfato ou paladar, erupções cutâneas e dor no corpo.
Variante Delta: Descoberta na Índia em dezembro de 2020, está presente em ao menos 80 países e tem como características ser mais transmissível e com chances de ser também, mais agressiva. Diferente das três primeiras cepas que possuem sintomas iguais, a Delta é conhecida por causar características similares à gripe como dor de garganta, febre, tosse, dor de cabeça e a presença de secreções nasais. Com a diferença de ser muito mais fatal do que uma simples gripe.
Em todas estas variantes, as vacinas já desenvolvidas se mostram eficazes. Existe uma chance de a variante Beta ser um pouco mais resistente quanto às vacinas, mas nada que tenha acendido um alerta para as autoridades mundiais.
Quando ir ao médico?
A resposta é: sempre. Não espere os sintomas piorarem para procurar ajuda. Como diz o velho ditado, “é melhor prevenir do que remediar”, principalmente quando nossa única arma ainda é a vacina. Procurar uma unidade de saúde é fundamental para estabelecer um diagnóstico, isolar todas as pessoas que tiveram contato com você e impedir que o vírus circule ainda mais.
Uma última informação importante: os(as) cientistas afirmam que as variantes surgem em ambientes propícios. Ou seja, quanto mais gente circulando, sem tomar os devidos cuidados (máscara, álcool em gel, distanciamento social e evitar aglomerações), maiores as chances de as mutações continuarem se desenvolvendo e contaminando milhares de pessoas.