O estoque de bancos de sangue do Brasil está cada vez mais baixo
Apesar da maior parte das cirurgias eletivas terem ficado suspensas por um longo período, os bancos de sangue ainda têm uma enorme necessidade de se manterem abastecidos para atender a demandas emergenciais e tratamentos de saúde.
Estima-se que somente 1,6% de toda a população brasileira doe sangue voluntariamente.
Em anos anteriores aos da pandemia sempre existiram períodos de maior deficiência do estoque, geralmente durante as férias escolares e recessos de final de ano, onde a população viaja e descansa. Mas desde que o coronavírus chegou ao Brasil, o problema tem sido ainda maior. Alertas em todo o país disparam que os estoques nunca estiveram tão críticos, e o medo de não existirem bolsas suficientes para atender a uma emergência é real.
O principal fator que faz com que muitos doadores se afastem das conhecidas cadeiras de doação é o medo de ser contaminado. Porém é importante frisar que os locais que já contavam com protocolos rígidos desde a triagem estão com cuidados redobrados durante a pandemia.
Apesar de ainda não existirem registros de desabastecimento dos hemocentros, segundo o Ministério da Saúde, é preciso reverter o quadro de constante queda para que não haja a paralisação de tratamentos que são essenciais para pacientes em todo o Brasil.
Protocolos mais rígidos garantem a segurança
Todos os centros de coleta adotaram procedimentos de higienização ainda mais rígidos do que de costume. Uso de máscaras é obrigatório, distanciamento social entre doadores e funcionários, ambientes constantemente higienizados e oferta de álcool gel para higienização individual são apenas alguns deles.
Para a segurança do paciente, além do questionário padrão, são proibidos de doar todas as pessoas que tiveram sintomas respiratórios ou febre nos últimos 30 dias e aqueles que tiveram contato com casos suspeitos/confirmados do novo coronavírus. É importante lembrar que uma doação de sangue pode salvar até 4 vidas e o procedimento de coleta dura no máximo 30 minutos.
Quem pode doar?
Para assegurar a viabilidade do sangue doado, os bancos de sangue estabeleceram requisitos que serão avaliados ainda na triagem:
- Pessoas de 16 a 69 anos, de no mínimo 50 quilos em bom estado de saúde. Aconselha-se que façam uma refeição leve antes da doação, descanse na noite anterior e hidrate-se bem.
- Para os menores de 18 anos é preciso ter o consentimento dos pais.
- Doadores acima dos 60 anos só poderão doar se tiverem feito o procedimento pelo menos uma vez antes dos 60.
Além disso, é preciso ter um intervalo entre as doações. Para homens ele deve ser de no mínimo 60 dias com no máximo 4 doações ao ano e para mulheres de 90 dias, com no máximo 3 doações ao ano.
Benefícios para doadores de sangue
Além de ser um importante exercício de cidadania, ser doador de sangue acarreta em alguns benefícios como descontos em shows, espetáculos e cinema (respeitando as imposições de normas durante a pandemia), além do direito a um dia de recesso (ao ano) sem descontos na folha de pagamento quando comprovada a doação.
Bancos de sangue não fecham durante lockdown
Por ser considerado um serviço essencial, os bancos de sangue não fecham, mesmo durante o lockdown. Algumas prefeituras tomaram iniciativas como o transporte de doadores para evitar aglomerações e incentivar a doação de sangue.
Seja um doador de medula óssea
Ao se dirigir a um hemocentro, você também poderá se cadastrar para tornar-se um doador de medula óssea. Inicialmente coletarão apenas uma pequena quantidade de sangue e somente caso seja encontrado um doador, a medula será extraída.
A compatibilidade entre pessoas deve ser total e é extremamente rara, cerca de 1 a cada 100 mil pessoas. As chances poderiam ser maiores se o número de doadores cadastrados aumentasse.Em alguns casos, a doação de medula é a única chance de cura.
Para doar, é preciso ter entre 18 e 55 anos, não ter qualquer tipo de câncer, doenças infecciosas, hematológicas ou imunológicas e estar saudável. E você, já doou sangue neste ano?